O que se espera do profissional de Recursos Humanos?

10/07/2010 22:44

 Que competências se exige modernamente do profissional de recursos humanos?
Empregabilidade, ousadia, capacidade de assumir riscos, visão global e flexibilidade são competências constantes e hoje essenciais para qualquer organização, seja ela pequena ou global. O profissional da área de RH precisa crer nisso. Se não acreditar e tiver receio, ficará numa organização voltada ao que o passado esperava, onde alguém decide alguém pensa e o resto cumpre o que gerará, automaticamente, pessoas que não terão empregabilidade e nem foco e que não serão absorvidas pelo mercado. Não que a pessoa não seja boa, mas ela está preparada para o mercado antigo, e não para o mercado novo.

O que se pode dizer com empregabilidade como competência?

A primeira empregabilidade deve ser a do próprio profissional de recursos humanos, que não pode se manter em uma organização por medo ou receio ou por acreditar que terá dificuldades para enfrentar o mercado. Estará vivendo algo que não é condizente com o que deve praticar.

O que se diz de "acomodação"?

Há profissionais que, em vez de fazerem o que gostam, acabam se prendendo com o que têm e vão "empurrando com a barriga" enquanto esperam que a situação melhore ou que o presidente da empresa mude. É como se isso fosse uma utopia. Deveríamos trabalhar numa realidade em que o profissional precisasse gerar a capacidade de empregabilidade e depois a de recursos humanos - que gera também a empregabilidade

Então a acomodação de um profissional de recursos humanos pode influenciar na empresa inteira?

Ele pode estar criando uma organização errada quando omite o seu papel, não trazendo valores adequados para dentro da organização ou não deixando-a enxergar que precisa se transformar, e que para isso precisa começar pela transformação das pessoas, o grande diferencial competitivo de uma organização. Tecnologia pode ser adquirida num espaço curto de tempo. Temos que estar efetivamente vivenciando e trazendo isso para as pessoas como realidade, e não só como uma frase de efeito.

O profissional de recursos humanos deve se questionar sobre até que ponto é o educador que se espera que ele seja dentro de uma organização.

O que se espera de um profissional de recursos humanos, exatamente?

Existe nas organizações é que todo mundo olha para a área de recursos humanos esperando alguma mudança. E isso não é responsabilidade de quem está vendendo, produzindo, cuidando da parte financeira, gerando caixa ou fazendo controle: compete ao RH comandar este processo. Não significa que ele tem que fazer, mas sim comandar e trazer isso à discussão.

 Sabemos que as empresas não mais se incumbem da formação dos funcionários, mas ao contrário preferirem contratar quem já está pronto. Mas isto é uma realidade geral?

 É preciso entender que esta é a realidade. Não vivemos mais num sistema paternalista, onde a maioria das pessoas foi criada e educada pela família e na escola.

O profissional de recursos humanos precisa preparar as pessoas para cuidarem do seu desenvolvimento, disponibilizando a organização para apoiá-las com informação, ferramenta, conhecimento e competências, sem tirar delas a responsabilidade. O departamento de RH não serve somente para preparar o profissional, mas também para preparar os cidadãos para a vida. Se nos limitamos a omitir nosso papel e desenvolver competências exclusivamente profissionais, também cometemos um grande erro, pois não somos só profissionais. Cada um de nós é uma pessoa integral, ou seja, com o lado profissional, racional, mas também um lado de relacionamento, uma capacidade de servir e trabalhar o ser humano preparando-o para a vida enquanto ele estiver na organização, para que possa ter uma alta performance. Caso amanhã, após ter sido preparado aqui, for para outra organização, também pode colaborar lá. 

 A expressão "recursos humanos" infelizmente é um problema global, porque sobrevive há décadas no mundo inteiro, e é um grande desafio mudá-la. O ser humano não é um recurso, embora, na grande virada industrial, fosse percebido dentro das organizações como um recurso de atendimento em objetivos estratégicos.  O ser humano é integral, composto pelos universos racional, espiritual, emocional e social.

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